Denunciada nova “trapalhada” no PSD

A candidatura de Luís Filipe Menezes denunciou, ontem, o que considera ser “uma nova trapalhada” dos serviços do PSD em relação ao polémico sistema em vigor de pagamento de quotas. Desta feita, cerca de 18 mil militantes receberam um aviso para pagar dois anos de quotas em atraso, quando apenas deviam um. O presidente do Conselho de Jurisdição Nacional, Guilherme Silva, atribui o erro ao sistema informático do partido e já tomou providências para que os filiados possam pagar apenas um ano em atraso.
O problema, que afecta apenas os militantes cujas quotas caducam entre os meses de Outubro, Novembro e Dezembro, verifica-se no sistema de pagamento por multibanco. São cerca de 18 mil, segundo Nuno Delerue, da candidatura de Menezes.
“Um militante que se filiou em Outubro, mas no ano passado, e que não pagou as suas quotas, para votar nas directas devia pagar apenas um ano de atraso, já que as eleições são a 28 de Setembro. Mas recebeu um aviso para pagar 24 euros, ou seja, dois anos de quotas”, diz Delerue.
Para o conselheiro nacional, “o partido está a dar uma imagem de trapalhada”. “É mais um erro cometido pelos serviços do partido”, lamenta, temendo que isso desmotive os militantes em falta a participar nas directas.
Desafio para debates
Segundo Guilherme Silva, o problema deu-se porque o sistema informático do PSD faz automaticamente o somatório das quotas de 2006 com as que caducam até ao final do ano. E só afectava quem optasse pelo multibanco, pois “o sistema bancário não permitia o pagamento faccionado”.
“O sistema não foi correcto”, admite Guilherme Silva. E adianta que, entretanto, “já foram enviados novos códigos para permitir o pagamento faccionado por multibanco”, isto é, só 12 euros.
Com a “guerrinha” das quotas ao rubro, Menezes reacendeu, ontem, outra polémica ao acusar o líder do PSD de “ter medo de debates”. Para Macário Correia, porta-voz da candidatura de Mendes, o autarca de Gaia apenas procura “protagonismo imediato”. Já Castanheira Barros defendeu, nos Açores, a criação da figura de presidente das regiões autónomas, em substituição do representante da República.

in Jornal de Notícias
04 de Setembro de 2007