Construção Insólita Em Tavira
Segundo consta e na linguagem do domínio popular, os terrenos junto ao Hotel Albacora – Vila Galé, no Antigo Arraial Ferreira Neto, são pertences do Parque Natural da Ria Formosa, caso contrário já teriam sido construídos muitos mais empreendimentos na zona uma vez que esta oferece uma beleza natural e um sossego fora do comum.
O que nos abismou por completo há dias, em plena área do que em Tavira se continua a chamar de “Arraial”, foi a venda de duas moradias de luxo nesta zona, acabadas de construir com tudo o que há de mais moderno na área da construção.
O que julgamos insólito é mesmo a construção de habitações de luxo num terreno que se julga intocável e já que não se pode lá construir nada apenas se desfruta de algum areal, como será isto possível? É mais um mistério da construção em Tavira!
Será que os senhores da construção a partir de agora vão “andar de olho” na zona do Arraial? É porque a avaliar pela paisagem que oferece o sítio em questão, só mesmo turismo de luxo e o fim da paz para quem lá vai de visita.
Mas mais estranho é quando em plena praia do Barril, integrada desde há uns anos também no Parque Natural da Ria Formosa, não se pode reconstruir ou melhorar o que afinal já lá existia antes da qualificação a Parque Natural, porque os senhores ambientalistas julgam que tudo incomoda os passarinhos e respectiva natureza circundante, mas junto ao Hotel Albacora não se incomoda ninguém, ao que parece!
Será que a fauna e flora de um sítio para outro é muito diferente? Sendo os dois locais junto ao mar? Não nos parece! Mas quem nos souber esclarecer agradecíamos, porque é um fenómeno esta construção de duas moradias de luxo a caminho da Praia do Arraial.
5 Comentários:
"O que julgamos insólito é mesmo a construção de habitações de luxo num terreno que se julga intocável e já que não se pode lá construir nada apenas se desfruta de algum areal, como será isto possível? É mais um mistério da construção em Tavira!"
Importa-se de concretizar o que quer dizer com esta frase?
Está a referir-se a que tipo de mistérios e a que situações insólitas?
Já reparou bem que ou tem provas do que escreve ou está a difamar o presidente da câmara municipal?
Como pessoa responsável que é por uma organização política de juventude que pertence ao partido que governa a autarquia tem a obrigação moral de dizer o que sabe. E se o que sabe são ilegalidades urbanísticas graves deve dar conhecimento delas ao Ministério Público.
Eu passo a explicar: o texto não tem nada de estranho, o mistério está mesmo nesta construção que por um acaso descobrimos há dias, numa visita que realizamos à zona do antigo Arraial Ferreira Neto, agora Hotel Albacora. Eu confesso que não sei de onde aquela construção veio e não estou de modo algum a insinuar que aquela seja uma ilegalidade urbanística, até porque tenho o maior respeito pessoal e político pelo Presidente da Câmara e jamais ele autorizaria algo menos claro. Agora que é estranho é, porque e como afirmamos no texto, qualquer cidadão em Tavira, está convencido de que aquela zona é pertence do Parque Natural da Ria Formosa, e se assim não fosse, pela beleza e sossego natural do sítio, já estaria todo urbanizado.
O que nós gostaríamos também é que nos explicassem, quem o puder evidentemente, que construção de moradias é aquela quando ali não existe nada que se assemelhe e focámos o exemplo da Praia do Barril porque e aí sim de fonte segura, sabemos que os proprietários do Aldeamento de Pedras D’el Rei e Rainha que são igualmente donos da Praia, não conseguem recuperar nada, nem modificar o que quer que seja senão têm logo os senhores do Parque Natural “em cima” e ali no Arraial estão duas construções recentes que não se entendem.
Com muita pena minha a JSD Tavira não tem nenhum de nós da CPS na Assembleia Municipal e também não somos convocados para reuniões com o PSD Tavira, há quase dois anos, deste modo é difícil estar-mos a par ou formular perguntas que consideramos importantes e daí exprimir-mos e levantar-mos estas questões no nosso blog. De qualquer modo, estamos sempre à espera que alguém nos possa elucidar mas não que o texto tenha um sentido malicioso, apenas exprime o nosso espanto e talvez desconhecimento de causa.
Cumprimentos
Justifica-te como quiseres, uma coisa é certa, toda a gente que por aqui "passa" se apercebe da guerra aberta e declarada contra a CMT e o seu Presidente.Cuidado dos fracos não reza a história...
Contra factos não há argumentos!Dos Fracos não reza a história, é uma realidade, é por isso que nos continuam a visitar e dar importância.
Guerra aqui só na tua cabeça, o que exite sim, são ideias contrárias às da Câmara.Ou agora por ser-mos da mesma cõr politica temos que "beijar o chão" que pisa o presidente?
A JSD é uma organização politica que goza de autonomia sabias?
Vamos começar a ler mais e informarmo-nos ok?
Também eu fiquei estupefacto há um mês quando tropecei com esse par insólito mas, infelizmente, não-raro em territórios interessantes. Mas o que me preocupou verdadeiramente foi a qualidade arquitectónica daqueles trambolhos, e é importante esclarecer que a qualidade arquitectónica vai muito além das aplicações decorativas de colunetas, beiradinhos ou telhadecos, começa na definição da implantação, nas modalidades de relação formal com o lugar, na procura empenhada de volumes, e por aí adiante, para que, em vez de se assumir como uma factor de destruição da paisagem (cultural), passe a ser, pelo contrário, um facto de valorização. Isto é fácil de perceber quando olhamos para o Arraial (especialmente se nos recordarmos do que era antigamente, pois os usos também fazem parte dos lugares e, implicitamente, da arquitectura): o que seria da embocadura do rio Gilão sem ele? Seria com certeza muito interessante para os sapos (que estão aqui por sinédoque de toda a vida selvagem protegida (isto levaria uma eternidade a explicar e dificilmente penetra algumas mentes)) mas seria um vazio cultural que nos empobreceria a todos.
O problema parece-me a mim sempre o mesmo, quanto mais bloqueamos a construção em locais interessante piores são os resultados, pois quem de algum modo consegue ultrapassar o sistema (o que não tem de ser necessariamente fundado em ilegalidades) jamais se preocupa (nem poderia preocupar) com outro efeito que não seja egoísta e absolutamente urgente, não vá a oportunidade fugir.
Não me parece de modo nenhum que duas casas por ali sejam obrigatoriamente um mal para o que quer que seja. Os armazéns de sal fazem tanta falta àquela paisagem como o ar ou o céu, a não ser que nos demitamos definitivamente do papel cultural de humanos e passemos a apagar a paisagem cultural em favor dos sapos. O argumente que nega a possibilidade às casas, a ser defendido até às últimas consequências, ditaria a demolição do Forte do Rato, ou, o que até seria bem mais hilariante, a sua transladação para um outro lugar, afastado da casa dos sapos e, de preferência, com "elevada aptidão turística".
Parece-me pouco sério andar a discutir questões de pormenor (ainda que tenham a importância e o efeito quase devastador destas) quando há questões a jusante que podem regrar verdadeiramente o que se faz por aqui. Questões que têm de agir sobre mentalidades e não sobre veleidades.
Fico muito contente de encontrar estas preocupações aqui e fico, naturalmente, resignado quando vejo que o que sobre elas se comenta tem pouca relevância para uma emulação cultural e parece apenas reflectir rancor e lutas mesquinhas, indignas até dos sapos.
[Infelizmente irei de assinar sob pseudónimo, acredito que neste domínio poderemos fazer mais deste modo]
António
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